Entrevistamos algumas militantes feministas que estiveram presentes no ato do lançamento da Frente, no 26 de setembro, em São Paulo. Para Rogéria Peixinho, coordenação executiva nacional da AMB, a presença de representantes feministas de todo o Brasil foi o maior ganho durante o lançamento da Frente. "Pela primeira vez saímos todas juntas, em um ato público na rua em defesa pela legalização do aborto. Chamamos atenção na rua e provamos que é possível fazer sem receber críticas da população. Entramos no Ministério Público e no Tribunal de Justiça para entregar o manifesto. O ato público teve ritmo, criatividade e isso nos dá gás para continuar e fortalecer o movimento". Segundo Gilberta Soares, coordenação política das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro, o lançamento da Frente foi um momento único.Conseguimos ter uma coesão do campo feminista, e estamos conseguindo apoio de representações políticas importantes pela descriminalização e legalização do aborto. De forma criativa e com bastante animação, o ato chamou atenção de comerciantes de lojas, pessoas saíam dos prédios para olhar... Podemos dizer que o ato parou o centro de São Paulo." Após o lançamento, a Frente se mobiliza para conseguir a adesão de aliadas(os). "A idéia é ampliar com outras lideranças da sociedade civil organizada e de representações nacionais, em contraponto ao tamanho da violação dos direitos humanos das mulheres por meio de discursos e práticas fundamentalistas.", completou Gilberta.Para Camila Furchi, militante da Marcha Mundial de Mulheres e técnica da SOF - Sempreviva Organização Feminista, a MMM sempre trabalhou com esta perspectiva de levar esta discussão do aborto para as ruas e para as mulheres. O lançamento da Frente, com a unidade do movimento de mulheres neste tema, tendo a perspectiva de fazer esta ação nas ruas e para as mulheres é muito importante. "Estivemos em bom número no ato de lançamento em São Paulo e a tendência é aumentar a nossa capacidade de mobilização com ações próprias, de cada movimento, e de todas que compõem a Frente Nacional", afirmou Camila. Na opinião de Rosa de Lourdes Azevedo, coordenadora da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, o lançamento da Frente Nacional abriu o leque de participação e divulgação do nosso pensamento feminista. Agora, está no mundo e a gente vai encontrando várias pessoas e entidades que querem estar juntas nesta luta. Segundo Rosa, ninguém é dono/a da Frente e a Frente é nossa!, e a perspectiva é de luta permanente e incansável, por isso ter criado a Frente foi muito importante, conclui.Para Liége Rocha, do ponto de vista do movimento que se viu, em plena campanha eleitoral, com as dificuldades de se deslocar até São Paulo, o ato foi muito positivo, com bastante visual e muito "prá cima"! Penso que atingimos os nossos objetivos: demos visibilidade à Frente Nacional e entregamos o nosso manifesto no Ministério Público e no Tribunal de Justiça: estas duas instituições terem nos recebido foi muito importante. Além disso, durante todo o trajeto de nossa passeata não tivemos atitudes explícitas de desagrado da população, completou. Liége também considera que o principal significado da Frente é a possibilidade de termos, graças à sua formação, uma unidade maior do movimento, ampliado com outras forças. Para ela, é preciso que avancemos na unidade em torno do objetivo da Frente, que "pode jogar um papel importante se conseguirmos nos manter coesas nesse objetivo, onde as várias organizações de mulheres presentes e as que venham se mantenham nesta coesão em prol deste objetivo.
O próximo passo da Frente é a realização de uma Assembléia, prevista para acontecer ainda este ano.
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