Recentemente, muitos dos limites deste pensamento, que se propugnava como único possível na globalização, etapa atual do capitalismo, foram reconhecidos por importantes adeptos desta doutrina, alguns ex-funcionários do Banco Mundial e até investidores do mercado financeiro. Alan Greenspan, ex-presidente do FED (BC dos EUA), em declaração nesta semana, reconheceu publicamente que errou ao pensar que os bancos teriam interesse em proteger seus acionistas.
Agora é a vez dos governos de botar pro terra a doutrina neoliberal. Países ricos estão destinando milhões para socorrer o mercado em crise. Na prática trata-se de estatização dos bancos. Que dizer dos nossos bancos estaduais que foram privatizados na era FHC em nome da eficiência do mercado pricvado? Que vão dizer agora os defensores da privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal?
Nicolai Sarcozi, atual presidente da França, afirmou que com a crise: a ditadura dos mercados sobre os poderes públicos está morta. Morta, a doutrina neoliberal não está, assim como está bem viva a força política da elite capitalista no mundo. Mas cai por terra o discurso de legitimidade às práticas de mercado. A crise atual confirma que o mercado não produz qualquer círculo virtuoso na economia, nem é capaz de ter responsabilidade social.
No âmbito das políticas sociais, Cristina Kirchner, presidenta da Argentina, confirma que vai realizar a promessa de re-estatização da previdência social na Argentina. E esta estatização nós comemoramos!
No seminário internacional de 2003, quando organizações feministas brasileiras debateram os rumos das reformas liberais da previdência, já estava conhecido, divulgado e debatido o fracasso dos modelos de previdência de mercado, ou seja os fundos de pensão e as previdências privadas. O que afirmávamos é que colocar na mão dos investimentos do mercado financeiro recursos que são para garantir proteção social a trabalhadores/as é um risco e um erro enorme.
Gestores do mercado orientam-se por fins de lucros e pouco lhes interessa proteger aposentadorias ou acionistas. Resultado previsível: a lógica de mercado não tem garantido os recursos necessários ao pagamento das aposentadorias na Argentina, país cujo governo anos atrás privatizou totalmente sua previdência. Que dirão agora os defensores dos fundos de pensão? Interessa à classe trabalhadora gerir fundos que se movem pela lógica de mercado?
Portanto, para mais justiça e seguridade social, mais Estado. Previdência pública e universal, sob gestão do Estado e com controle social é o caminho. Esta é a posição defendida pelo FIPS, o fórum dos movimentos de mulheres no Brasil que atuam na defesa da seguridade social.
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