domingo, 14 de dezembro de 2008

INFORMES CARAVANA RUMO AO FSM 2009

1. ÔNIBUS

A caravana organizada pelo DCE Coração Eucarístico/Barreiro/Praça da Liberdade será formada por dois ônibus exclusivos para estudantes desses campi.

 CUSTO – Cada estudante deverá arcar com o custo de R$ 60,00 (sessenta reais) que deverão ser pagos até dia 10/01/2009 na sede do DCE (lembrando que o mesmo entra em recesso do dia 19/12/2008 a 05/01/2009)

 SAIDA – Dia 24/01 às 22h00, em frente a portaria principal da PUC Coração Eucarístico. A tolerância para atrasos será mínima uma vez que a viagem é longa e, caso algum imprevisto aconteça, o tempo reserva para chegarmos antes do início do FSM é estreito.

 VOLTA – Dia 01/02 assim que acabar o encerramento do evento. A organização vai informar o horário e o ponto de encontro. Atrasos também serão pouco tolerados uma vez que muitos estudantes precisam voltar ao trabalho já no dia seguinte a chegada.

 DURAÇÃO DA VIAGEM: De 48 a 50 horas. Haverá paradas de 4 em 4 horas e os ônibus serão divididos entre fumantes e não-fumantes.

2. ESTADIA

 ALOJAMENTO – O DCE já solicitou alojamento à organização do FSM e está aguardando retorno. O que já se sabe é que será uma escola e o custo máximo será de R$ 20,00, preço único para todos os dias. Estamos tentando também ter acesso a cozinha. Assim que for passada todas as informações elas serão repassadas a todos.

 ACAMPAMENTO – o acampamento da juventude será realizado na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O território contará com banheiros, chuveiros e área para atividades autogestionadas, espaços de saúde, informações e segurança. É um espaço que possui programação própria. Está sujeito ao clima chuvoso de Belém uma vez que não é coberto. Quem optar pelo acampamento deve fazer sua inscrição individual pelo site: http://sistemas.pa.gov.br/acampamentojuventude/?do=Main.acampado_form "Indivíduos que fazem parte de uma mesma caravana ou grupo deverão sempre preencher o campo correspondente na ficha com o mesmo nome, indicando o nome completo do grupo. Por exemplo: Caravana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (e não FFLCH-USP)." O valor da inscrição do acampamento é R$15,00 e dá direito ao alojamento e ao kit do acampado, não inclui alimentação nem barraca, que deverá ser trazida pelos participantes. O crachá do acampamento também dará acesso a todas as atividades autogestionadas do FSM.

3. INSCRIÇÃO (URGENTE!)

 A inscrição do FSM custa R$ 20,00 para aqueles que se inscreverem como delegados de alguma entidade e R$ 30,00 para indivíduos. O DCE se inscreveu como organização no FSM, portanto aqueles estudantes que queiram ir como delegados do DCE devem entregar os R$ 20,00 até dia 16 de dezembro (terça-feira) na sede do DCE, pois o prazo para o pagamento se encerra no dia 18 de dezembro e será necessário um dia para organizar o pagamento. Quem optar pelo acampamento não precisa pagar esse valor.

ATENÇÃO: QUEM VAI FICAR NO ACAMPAMENTO, MAS PAGOU OS 20,00 REAIS FAVOR ENTRAR EM CONTATO ATÉ SEGUNDA FEIRA PARA CANCELAR A INSCRIÇÃO
(e-mail: prefsm2009@yahoo.com.br tel: 33757031 ou 92354273)

4. OUTRAS INFORMAÇÕES

 VACINA – É necessário tomar a vacina contra a febre amarela para entrar no Pará. A vacina deve ser tomada com 30 dias de antecedência, isto é, até dia 26/12/2008. É necessário ainda levar o cartão de vacina para que seja apresentado no caso de fiscalização

 DOCUMENTAÇÃO – Quando o estudante pagar a taxa do ônibus é necessário que ele apresente a seguinte documentação:
- xerox de identidade
- comprovante de matrícula ou última boleta
- comprovante de residência
- xerox do cartão de vacinação
- telefone de contato em bh
- Aqueles que ficarão no acampamento devem entregar cópia do comprovante de inscrição

 CONTRATO – Cada estudante deverá assinar um contrato com o DCE, no momento da entrega da documentação.

 DESISTÊNCIA – Caso você desista da vaga no ônibus para o FSM, pedimos contactar-nos para que possamos passá-la para as pessoas da lista de espera (aquelas que participaram de menos de 60% das atividades do Pré FSM).

 LEVAR – roupas leves, colchonete, barraca, roupa de cama, toalha, repelente, alimentos leves, água.

Para dúvidas ou aviso de desistência favor entrar em contato:
E-mail: prefsm2009@yahoo.com.br
Telefones: 3319-4265 ou 3375-7031 (Das 08h00 às 18h00)

Reiteramos a importância do Fórum Social Mundial como maior e mais importante espaço de articulação e debate entre entidades, movimentos, associações entre outros, que lutam arduamente e diariamente por um mundo melhor. Esse será um momento privilegiado para repensarmos o nosso papel na universidade, nossos desafios enquanto futuros profissionais e atuais cidadãos e como podemos construir uma alternativa para tantas injustiças e opressões que vivemos no nosso cotidiano. É hora de ir de coração aberto, mente atenta e espírito crítico para, com a vivência adquirida, multiplicarmos essa rede de luta por um outro mundo possível e necessário.

Mascarados

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

Cora Coralina

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Em busca do crédito perdido

05/12/2008 12:17:12

Luiz Antonio Cintra

A quebra do Lehman Brothers descortinou o abismo aos pés do mercado financeiro internacional. Se uma instituição centenária e um dos símbolos do poder de Wall Street podia ir à lona, acentuaram os analistas, o que dizer dos bancos do resto do planeta. O day after do fim da casa fundada pelos irmãos Lehman parecia ser o prenúncio de um crash global que derrubaria o sistema bancário mundial feito dominó, do Japão à Patagônia. No Brasil, como no resto do planeta, os boatos superaram os fatos e um certo pânico a respeito do futuro de algumas instituições nacionais espalhou-se como rastilho de pólvora. O anúncio da compra do Unibanco pelo Itaú, no início de novembro, trouxe as análises de volta ao patamar da lucidez. A sensação foi reforçada depois que o governador de São Paulo, José Serra, chegou a um acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o Banco do Brasil anunciou a aquisição da Nossa Caixa. É certo que os bancos nacionais levarão algum tempo para suprir o desaparecimento quase completo de linhas externas de financiamento – se é que conseguirão fazê-lo por completo. O crédito, por conseqüência, ficou mais caro e permanecerá assim até que o cenário da crise se torne claro. É certo também que, por diversos motivos, nem de longe os desafios do setor no Brasil são parecidos com os que afligem a banca nos países desenvolvidos. De modo geral, especialistas acreditam que as instituições brasileiras sairão da turbulência mais fortes, mais sólidas e com grandes chances de conquistar espaço além das nossas fronteiras, ainda que no momento, como ressalta Fabio Barbosa, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), seja impossível estabelecer um preço justo para qualquer ativo. “A infra-estrutura operacional dos bancos brasileiros não deixa a desejar em nenhuma comparação com os concorrentes internacionais. É tudo uma questão de oportunidade. Acredito que, em breve, assistiremos a grandes instituições nacionais comprarem outras de médio porte lá fora, principalmente na vizinhança”, afirma Alberto Borges Mathias, professor da USP de Ribeirão Preto e um dos maiores especialistas em finanças do País. A crise internacional chegou no momento em que os bancos brasileiros ampliavam a sua presença na economia. Desde 2007, a expansão do crédito foi um dos principais combustíveis do crescimento econômico recente. Apesar do cenário de instabilidade e das recorrentes acusações de que os bancos estão retendo dinheiro em caixa, o volume de empréstimos do sistema bateu novo recorde em outubro e alcançou a marca histórica de 40% do Produto Interno Bruto, praticamente o dobro do registrado em 2004. É um grande avanço em relação ao passado, mas ainda insignificante quando comparado a outros países, onde o porcentual chega a ultrapassar os 100% do PIB. A questão é saber o quão rápido os bancos brasileiros serão para restabelecer a normalidade do crédito. Desde o agravamento da crise, o governo liberou cerca de 90 bilhões de reais do compulsório, a parcela que as instituições eram obrigadas a depositar no Banco Central. Ainda há margem para liberar mais dinheiro ao mercado por esse mecanismo. No Brasil, o compulsório chegou a representar 50% dos depósitos bancários. Após a liberação, está em cerca de 40%. Só para comparar: nos Estados Unidos o compulsório equivale a 10% dos depósitos. No Reino Unido, a 2%. O governo também permitiu aos bancos públicos comprar concorrentes, públicos ou privados, ou adquirir carteiras de financiamento de instituições em dificuldade. As viúvas do neoliberalismo identificaram na autorização um pendor estatizante de Brasília. Mas o que tem ficado claro é que a maior atuação dos estatais pode forçar os privados, em nome da necessidade de preservar sua participação no mercado, a sair da posição de defesa. “Isso vai aumentar a concorrência. Associada à liberação do compulsório, pode provocar a queda dos juros já a partir de janeiro”, acredita Mathias. Para o economista Luiz Fernando de Paula, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o sistema financeiro nacional será um dos que sairão da crise com menos arranhões. “O que houve no sistema bancário brasileiro foi uma crise de liquidez, não de solvência. Entre as explicações para essa maior capacidade de resistência está o fato de os bancos, nas últimas décadas, terem contado com a indexação dos títulos públicos contra a inflação e a variação cambial”, afirma o economista. A demora com que o dinheiro extra liberado do compulsório tem chegado à economia real, colocou os bancos na berlinda. Representantes do governo e da indústria reclamam do “empoçamento” do financiamento e dizem que os banqueiros têm se aproveitado do momento para ampliar seus lucros. “O crédito contraiu-se fortemente, principalmente para as empresas de menor porte. Para todos, o custo do dinheiro está absurdo”, reclama Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. “Uma das alternativas para estimular o fluxo é cortar impostos sobre o financiamento.” Segundo Fabio Barbosa, não procede a crítica de que os bancos seguram o dinheiro na expectativa de aumentar seus lucros. “O crédito está chegando sim, o que está acontecendo é que não é suficiente, neste momento, para cobrir as necessidades não mais atendidas pelas fontes alternativas”, afirma. Enquanto isso, a equipe econômica tenta driblar os gargalos com ações direcionadas. No fim de novembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou uma linha de 6 bilhões de reais de capital de giro, com juros fixos e spread de 4%. A intenção é, mais uma vez, pressionar o sistema financeiro privado a emprestar mais. No caso de micro e pequenas empresas, o banco conta com um cartão de crédito específico, cujo uso tem crescido. De janeiro a novembro deste ano, as transações mensais passaram de 44,4 milhões para 108 milhões de reais, com um valor médio por transação de 15 mil reais. “A vantagem do cartão é que ele possui um limite pré-aprovado para a aquisição de equipamentos, veículos e serviços, o que faz com que o empresário saiba quanto poderá gastar”, afirma Cláudio de Moraes, superintendente de Operações Indiretas do BNDES. Por conta da legislação, apenas as empresas em dia com a Receita Federal podem ter acesso ao cartão, assim como com as demais linhas das instituições oficiais. “Além da brutal injeção de liquidez, o que vai forçar a retomada do crédito é a concorrência entre os bancos. Na hora em que os privados perceberem que estão perdendo mercado, voltarão a operar com mais vigor. Acredito que até o fim de dezembro essas operações estarão normais. Poderemos ter, inclusive, uma literal explosão na oferta em 2009”, afirma. O economista chama a atenção para a necessidade de o País cortar substancialmente as taxas de juro básicas, de modo a reduzir o spread – a diferença entre o que os bancos pagam nas aplicações de seus clientes e o que cobram pelos empréstimos. Lembra também que o Brasil, além de ser campeão mundial em taxas de juro, conta com o spread mais elevado e tarifas operacionais acima da média internacional. “Apesar das condições mais favoráveis de que desfrutam, a rentabilidade dos bancos brasileiros segue a média mundial, o que indica menor eficiência.” Uma vantagem comparativa considerável tem a ver com o grau de concentração do sistema bancário nacional. No Brasil, os cinco maiores bancos detêm mais de 70% do total de ativos, um dos principais indicadores para avaliar o peso específico de uma instituição financeira. Nos EUA, esse indicador era de aproximadamente 40%, antes da crise, e no Japão, de 50%. Para os especialistas, o lado positivo da concentração do sistema brasileiro tem a ver com o ganho de musculatura. O lado negativo é aumentar o poder de mercado dos grandes. No crescimento recente da oferta de crédito, alguns segmentos se destacaram, como o de empréstimos consignados, atrelados a descontos na folha de pagamento, ao financiamento de veículos e outros bens duráveis, e, em menor medida, para a compra de imóveis. O mais crítico no momento é o de veículos, em decorrência da situação em que o Banco Votorantim se encontra, o maior agente em operação no financiamento de automóveis, com mais de 15% do mercado. Com prejuízos em suas operações com derivativos e uma negociação abortada para a compra da Aracruz, com boa possibilidade de acabar na Justiça, o Grupo Votorantim tenta vender uma participação acionária de 49% para reforçar seu caixa. O valor dessa participação, que não daria o controle operacional a um eventual comprador, de cerca de 5 bilhões de reais, é um entrave. No páreo estão o Banco do Brasil e o Bradesco. Este último, por sinal, está em busca de boas aquisições para recuperar o terreno perdido após o anúncio da compra do Unibanco pelo seu principal rival, o Itaú. O Bradesco disputa, por exemplo, as operações do Citibank no País, apesar de a matriz nos Estados Unidos negar que os ativos em terras brasileiras estejam à venda. Praticamente estatizado e com problemas sérios a resolver, o Citi continua na lista das “presas”. Ainda é cedo para fazer o balanço dos ganhadores e perdedores, mas o fato é que, no primeiro grupo, restarão poucos. Na sua maioria, sairão desta crise maiores do que entraram.